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sábado, 21 de abril de 2012

Dólar paralelo e Bolívar Fuerte

A atual moeda venezuelana, o "Bolívar Fuerte"

Esse foi um tema que rendeu bastante no meu outro blog, o Viver e Passear na Venezuela, então resolvi trazer o assunto à tona, com uma visão atualizada, pois sei que é do interesse de todo o mundo que pretende viajar à Venezuela.

É impressionante como no Brasil temos poucas informações sobre este país vizinho, a Venezuela. Ultimamente temos sabido um pouco mais, com os presidentes Lula e Dilma, que vira e mexe participam de reuniões com Chávez. Mas as notícias que chegam ao Brasil sobre a economia venezuelana são poucas e "truncadas".

A economia da Venezuela é, no mínimo, intrigante. Não que eu seja muito entendida na economia, mas você anda pela rua e percebe coisas estranhas, rs. Todo turista que recebo aqui em Margarita percebe rapidamente os carrões velhos, aqueles "monstros" dos anos 60 e 70, que circulam normalmente por aí (estilo Cuba, rs). Não é para menos: você vai às concessionárias e só encontra super caminhonetes milionárias. Cadê os carros "normais", populares? Difícil comprar novo... Aqui você compra um carro e quando vai vender, uns 2 anos depois, pede bem mais do que pagou, quando o tirou da loja. Estranho?

No começo do mês de Abril (2012) o governo anunciou uma nova regra para supermercados: vários produtos agora tem seu preço regulado, não importa a marca nem o lugar onde você compra, o preço tem que ser o mesmo: shampoo de 200ml custa X, seja qual for o shampoo. E isso para vários ítens, papel higiênico, fraldas descartáveis, sabonete... O presidente disse que os comerciantes estavam abusando nos lucros. A contrapartida é que vários comerciantes simplesmente preferem não vender determinado tipo de produto (dizem que o valor regulado não cobre os custos). Será?


Só assim para o nosso Bolívar ficar forte...

Numa terra onde o litro de gasolina custa aproximadamente 1 centavo de Dólar (isso mesmo, não é piada!), a gente se pergunta por que tanta diferença em comparação ao restante do mundo...

No campo do turismo, essa economia turbulenta mostra a cara na questão cambiária. Desde 2010, no papel existem 2 taxas para o câmbio do Dólar na Venezuela, um para a importação de produtos básicos (1 Dólar por 2,30 Bolívares) e outro para os artigos que não são de primeira linha (1 Dólar por 4,60 Bolívares). Na prática, existe o Dólar regulado e o Dólar paralelo. E o que impera é mesmo o paralelo, atualmente na casa dos 8 Bolívares por Dólar (quanta diferença!).

Quando você desembarca na Venezuela, um monte de gente te oferece o tal câmbio paralelo. Mas, cuidado! Como não é algo oficial, serve também para um série de golpes... O ideal é sempre realizar essas operações com pessoas recomendadas.

A atividade turística internacional na realidade é beneficiada com a questão cambiária, pois o turista estrangeiro realiza o câmbio paralelo e seu poder de compra fica bastante alto. Aliando-se isto ao fato de que Isla Margarita é território livre de impostos, as compras na ilha ficam bem atrativas (o pessoal do Norte do país, que pode chegar aqui de carro, vem com frequência comprar perfumes, Whisky, eletrônicos, roupas e etc).

Trocando em miúdos, para o estrangeiro, o Dólar paralelo supervalorizado é muito bom. Todo o mundo vem pra cá, troca seu "bolinho" de Dólares por uma saca de Bolívares e sai por aí se esbaldando nas compras, nas bebidas... Mas... nao sei bem o que isso pode significar para a economia do país a longo prazo...

Fica aqui o link do artigo anterior para quem se interessar um pouco mais sobre a economia venezuelana:



Um comentário:

  1. Esse artigo é de 2012, e agora vimos o que aconteceu a longo prazo...
    complicado!

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